Conheça nossa história

Senhor João Wesp, imigrante alemão, chegou ao Brasil em 1911, trazendo consigo a fórmula do medicamento Essência de Vida, que fabricava na Alemanha ao lado do Dr. J. Spanger, seu colega. Os primeiros anos da família Wesp no Brasil foram dedicados ao aprimoramento da receita da Essência de Vida e à captação de recursos para a criação do seu laboratório. Segundo Wesp, a fórmula eficiente vem da combinação de duas das sete ervas distintas, cujo resultado terapêutico é amplamente reconhecido na medicina tradicional europeia.

A produção inicial do medicamento era completamente artesanal, utilizando um processo de envelhecimento em barris de carvalho. Ao lado da família, senhor João Wesp embalava a Essência de Vida em sua própria residência e, para venda, percorria as colônias alemãs do Rio Grande do Sul, passando de casa em casa. Este método de venda era uma maneira eficaz de alcançar clientes diretos, oferecendo conveniência e personalização no processo de compra.

Inaugurado em 1916, o Laboratório Wesp permaneceu na Rua Conde de Porto Alegre até dezembro de 2013, quando foi transferido para o município de Canoas, onde está situado até hoje. A cidade tem se destacado como um importante centro industrial, comercial e educacional, abrigando empresas de setores diversos, especialmente da saúde. Além da nova localização, o laboratório acompanhou o crescimento da marca ao longo dos anos, passando por uma significativa expansão. Hoje, o laboratório ocupa 2.400m2 de área construída.

O produto foi comercialmente registrado em 1919, pois, embora fosse amplamente conhecido como Essência de Vida, era necessário algo mais para torná-lo único. Wesp batizou o produto como Olina, nome feminino tradicional na Alemanha e semelhante ao de sua querida irmã, Lina, como forma de homenagear sua terra natal. Esse nome não apenas conferiu uma identidade distinta ao produto, mas também evocou uma conexão emocional com a origem e a família do criador, contribuindo para sua aceitação e reconhecimento no mercado.

Mesmo com o grande crescimento da marca, João Wesp supervisionava pessoalmente todas as etapas de fabricação da Olina e desenvolvia novas técnicas de aprimoramento. Inclusive, alguns dos métodos de extração que foram desenvolvidos por ele ficaram em absoluto segredo por quatro gerações. Senhor Wesp, apaixonado por inovação, nunca perdeu o foco principal da Olina. Continuou pesquisando e lançando outros produtos voltados para saúde e bem-estar, garantindo assim a perenidade e a qualidade da marca ao longo do tempo.

A força e a união da família Wesp foi um dos principais impulsionadores para o sucesso da Olina, tendo em vista que os filhos continuaram construindo o legado. Buscaram especialização em farmacologia e participaram ativamente em todos os setores da empresa. Além do envolvimento familiar, o Laboratório Wesp, em uma época onde a participação da mulher no mercado de trabalho ainda atraía olhares reprovadores, empregava preferencialmente profissionais femininas.

Com a expansão da Olina para Santa Catarina e Paraná, a produção também aumentou, ultrapassando 100.000 litros de Olina em adega própria, pois o método tradicional requer envelhecimento nos barris de carvalho. Esse crescimento não apenas ampliou a disponibilidade do produto para novos mercados, mas também reforçou o compromisso da empresa com a qualidade e a autenticidade de sua produção. Além disso, a expansão geográfica permitiu maior proximidade com os consumidores regionais e fortaleceu a marca nacionalmente.

O senhor João Wesp faleceu pouco tempo antes da empresa completar 50 anos. Sua viúva e o filho Alfredo Wesp deram continuidade ao legado, investindo cada vez mais em qualidade e eficiência. Sob a liderança deles, a empresa não apenas manteve os altos padrões estabelecidos por João Wesp, mas também buscou constantemente inovações e melhorias nos processos produtivos e de gestão. Esse compromisso com a excelência solidificou seu lugar como uma das principais referências no setor.

A Olina é o primeiro medicamento do Rio Grande do Sul a ser registrado em cartório. O documento original está exposto no museu da Farmácia, localizado na Faculdade de Farmácia, na Avenida Ipiranga, em Porto Alegre. Esse registro histórico não apenas atesta a importância da Olina como um marco na história da medicina no estado, mas também destaca a relevância cultural e científica da sua contribuição para a saúde e o bem-estar da população.